quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dia do ator!

Hoje, dia 19/08 é considerado o dia do ator. Não sabia dessa data, e ainda não consegui achar uma explicação para a comemoração, mas fiquei feliz em saber do dia, por isso passo aqui para deixar uma homenagem a cada um do grupo, e para outros atores que por aqui passarem, é um texto que li em referência ao dia escrito por um grande ator. Espero que gostem! Parabéns a nós!

Antonio Calloni escreve texto em homenagem ao Dia do Ator

"Antonio Calloni, que também é poeta, escreveu especialmente para o blog homenageando os atores. Hoje é Dia do Ator. Confira.

Ser ator é realmente uma profissão de maluco, fascinante. A poética do ridículo, o brincar de faz de conta, o infindável universo onírico infantil e a tremenda cara de pau fazem com que os atores encantem - pelo seu poder de transgressão, pela sedução, pelo poder de conscientização, pela capacidade de simplesmente entreter e pela mágica de poder ser quase todo mundo - aos que os assistem e sonham junto com eles.

Lemos Diderot, Stanislavsky, Grotovsky, Maierhold, D. T. Suzuki e uma infinidade de outros livros (todos fundamentais). Ouvimos muita música clássica para apurarmos nossa noção de ritmo, de cor, de intensidade. Ouvimos samba, pagode, MPB, música sertaneja e o diabo a quatro, graças ao bom Deus. Graças a obrigatória falta de preconceito para ver e viver a vida como ela é (obrigado, grande Nelson!) e poder reproduzi-la, e, melhor ainda, recriá-la como uma pintura, que quase sempre é mais rica do que uma foto. Vemos (com o corpo inteiro) pinturas de Bosch, Goya, Velásquez, Max Ernst, para tentar compreender alguns mistérios da vida, para provocar nossos sonhos, ou, para nada. Só para ver mesmo. Que bom!

Conversamos com o Zé que vende coco no quiosque da praia e notamos um gesto diferente, um ritmo novo, outras possibilidades de comportamento e de comunhão com a vida. Observamos sem pensar. Viva o Zé! Precisamos dele. E depois colocamos uma armadura e dizermos que somos cavaleiros da Távora Redonda, dizemos que somos bons, que somos maus, que somos bons e maus, que somos gente. É uma profissão que deveria se iniciar logo que a pessoa começasse a falar e a ler, e terminar no início da adolescência, já que os adolescentes têm verdadeiro horror a pagar mico. Mas não, o maravilhoso complexo de Peter Pan nos acompanha pelo resto da vida e passamos a nos comportar como crianças relativamente adultas. E aí entra a poética do tempo que estará sempre a nosso favor.

Fazer um bom trabalho de ator é sempre muito arriscado, mesmo que o personagem seja comum, simples, cotidiano. É mais arriscado ainda. É raro, mas acontece de ver um ator dizendo que está arriscando quando na verdade está fazendo um trabalho histérico e fora da medida. No caso de uma novela, geralmente as pessoas se acostumam e até passam a gostar. O erro faz parte do show, eliminá-lo é impossível, diminuir a margem de erro através do estudo, dedicação, e, principalmente, leveza e bom humor, talvez seja o melhor caminho. Cada um escolhe o seu.

É uma profissão generosa, democrática e acolhedora. Qualquer um pode ser ator, basta saber falar, andar, ler e ter o juízo mais ou menos perfeito. Todos têm direito a tentativa e ninguém tira o lugar de ninguém. Fazer um bom trabalho de ator, permanecer digno praticando o ofício já são outros quinhentos, não é para qualquer um. A consciência de que somos inevitavelmente precários por sermos humanos pode ser um grande estímulo para fazermos trabalhos grandiosos. Viramos heróis, mendigos e uma infinidade de outros
personagens para, entre outras coisas, vencer a morte (êta coisinha incômoda). E, no final, conseguimos rir de nós mesmos.

Quero, por fim, agradecer aos meus nobres e loucos companheiros atores por percorrerem esse caminho inventado e que aumenta a vida, o prazer e o sonho. Quero agradecer aos grandes atores que já superaram o estágio dos adjetivos e conquistaram a liberdade plena da criação. Qual o adjetivo para Fernanda Montenegro, para Laura Cardoso? Quero agradecer também aos que estão começando, aos que estão terminando (se é que isso é possível) e aos que estão por vir.

Sou ator, acho que isso quer dizer alguma coisa.

Evoé!"

Fonte: O GLOBO

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cálice, cavalo, menino e fogo.

Parte 1 –



Parte 2 –



Com base no texto de Rubens Corrêa e influenciados pelo estudo do corpo. Nenhuma palavra e um universo de expressões e simbologia.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Feliz Dia dos Pais!

Música do Fábio Junior (PAI), uma música linda e uma forma diferente de homenagear os pais de todos! Parabéns!



A figura paterna é movida pela seriedade e fortaleza que trazem a segurança do lar. Em contrapartida toda a sensibilidade e carinho regados pelo amor fraternal! Por tanto a todos os pais um FELIZ DIA DOS PAIS!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Grupo Corpo

Assisti essa matéria no Jornal da Globo e achei incrível, espero que gostem, para saber mais acesse o site do Jornal da Globo.

"Na sua mais recente coreografia o celebrado Grupo Corpo partiu de um princípio simples: o dos opostos que se atraem, como um imã, o título do espetáculo em cartaz em São Paulo".

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Estudos do corpo - Parte IV

Método de Stanislaviski

Constatin Stanislaviski foi ator, diretor, estudioso e criador de técnicas teatrais. Fundador do Teatro de Arte de Moscou. Buscou em suas obras um realismo que denominou realismo espiritual, um despojamento de falsas convenções e a criação sobre o palco de uma vida mais verdadeira e mais emocionante.

Sistema - O núcleo deste sistema está na chamada “atuação verossímil”, sendo importante a formação total – intelectual, espiritual, física, emocional.

A Base do Método - É a emoção específica do personagem. O ator deve buscar, por todos os meios, sentir as ações como a personagem sente. O ator usa sua própria emoção na busca da emoção da personagem. Sendo que a situação é criada e levada para fora da cena, a personagem vive aquilo e remete o sentimento ao entrar e sair de cena.

Ação Física - Baseia-se numa premissa de toda a emoção flui independente da vontade, uma ação gera uma outra ação.

Ação Psicofísica - a ação propositada, onde a ação é intencional e não intuitiva, no lugar de ver as emoções conduzindo a ação é a ação propositadamente representada para chegar aos objetivos da personagem que é o caminho mais direto para as emoções.

Diz Stanislaviski: "Crie seu próprio método. Não seja dependente, um escravo. Faça somente algo que você possa construir. Mas observe a tradição da ruptura, eu imploro”.

Estudos do corpo - Parte III

Meyerhold - Biomecânica

Estilo popular: tende a improvisação, o gesto domina a palavra, a ação prescinde de motivação psicológica, aperfeiçoa um estilo cômico. Com o domínio corporal total, sentido profundo de ritmo, economia de movimentos sendo estes racionais torna-se uma arte pura, livre.

O ator de Meyerhold é um acrobata (canta, dança, aperfeiçoa a linguagem dos gestos e possui um corpo profundamente exercitado).

A biomecânica é citada comouma tarefa educativa para o homem do teatro novo. Exige racionalização de cada movimento do ator. É necessário exprimir os sentimento através de uma ação física, devendo comportar apenas movimentos naturais e racionais.

Deve-se responder aos reflexos, reproduzir com auxílio do movimento e da palavra a situação proposta do exterior. O jogo consiste coordenar os modos de expressão que são elementos da representação, que comporta três fases: intenção (autor, diretor ou mesmo ator), realização (reflexos) e reação (atenuação do reflexo e propagação de nova intenção).

O ator deve possuir a virtude de ver-se como num espelho, o que ele (o ator) tem de mais precioso é a sua individualidade.

A lei fundamental da biomecânica é simples:

- O corpo inteiro participa de cada um dos nossos movimentos.
- Compreendido isto nos restam estudos, exercícios, aperfeiçoamento.
- O figurino faz parte do corpo.
- Saber se controlar (tempo) pausas.
- Insatisfação em si mesmo, somente os amadores sempre estão insatisfeitos.
- O artista nunca para de estudar.
- O essencial na arte é a simplicidade.
- Evitar o generalismo.

Meyerhold criou o teatro de "linha reta": o autor, diretor, ator, público são criadores absolutos do fenômeno teatral (imaginação - teatralidade).

Estudos do corpo - Parte II

Rudolf Laban

Arquiteto, filósofo e coreógrafo Rudolf Von Laban formulou um sistema de observação, experimentação e análise do movimento teoricamente complexo e poético.

O Método - faz parte da revolução contra os princípios clássicos que começavam a ser dissipados no início do século XX. Por não aceitar o vazio presente nas peças de teatro e dança da sua época, trouxe para seu trabalho os resultados das próprias paixões e lutas interiores sociais. Seu metódo compreende os fatores universais do movimento nas diferentes dinâmicas em que se manifesta. Sendo eles, os quatro fatores: força/peso, espaço, tempo e fluência. Sendo que estes definem oito dinâmicas de movimento (flutuar, deslizar, tremer, sacudir, torcer, pressionar, bater e chicotear).

Kinesfera - é a denominação que Laban cria para a esfera que delimita o limite natural do espaço, no entorno do corpo do ser movente. É delimitada espacialmente pelos alcances dos membros e outras partes do corpo (estejam em movimento ou não).

Expressão do movimento - o melhor método de desenvolver a capacidade de usar o movimento como meio de expressão no palco, é executar cenas com movimentos simples.

Dança coral - nomeando e analisando cada elemento e o conjunto das possibilidades do movimento humano, estabeleceu o vocabulário da dança e liberou os bailarinos para compor coreografias de dentro para fora.

Labanotation - um sistema de sinais gráficos criado para registrar movimentos, os seus diagramas são linhas verticais e horizontais, diagonais, tracejadas ou cheias.

As concepções expressas por Laban sobre o movimento humano causaram grande impacto e passaram a influenciar os trabalhos desenvolvidos em áreas como Educação, Psicologia, Teatro, Dança, Música, Artes e Educação Física.

Estudos do corpo - Parte I

"A Expressão Corporal, método e prática" (Claude Chalanguier e Henri Bossu)

O corpo fala e se significa, a essência da palavra está na articulação. Ter a imagem do seu corpo significa entrar no esquema do seu corpo, integrar com a disponibilidade motora numa direção de existência desvendada por símbolos.

Metodologia - Técnica (descoberta do eu), relaxamento (situa entre técnica e criatividade) e criatividade (a saída de sí mesmo, eixo da existência).

O reconhecimento do corpo se faz com a mobilização deste, indo além dos movimentos cadenciados da vida cotidiana. É permitido que o corpo explore e adiquira domínio de suas infinitas possibilidades de movimento. Descarta as mesmisses e constitui uma liberação do dinamismo vitale imaginário no jogo corporal.

O corpo sente - tomada de consciência e controle total da respiração, despertar de todos os sentidos (vista, ouvido, tato, ...). A respiração inscreve-se no rítmo do sentir, pois constitui a vida de todo movimento, seja no recolhimento, na espontaneidade dos gestos e da voz, ou num encontro com outrem.

O corpo existe, o corpo encontra - Improvisação espontânea da pessoa a partir de seus próprias sensações e das imagens simbólicas que as animam. O trabalho de comunicação com outrem, um retorno as origens do comprometimento do homem com o mundo.

O corpo cria e significa - criação e vida das formas expressivas a partir de um espaço rítmico.