segunda-feira, 30 de março de 2009

O ator e o ser humano






Nessa minha caminhada teatral, descobri que prefiro trabalhar com melhores humanos do que com otimos atores.


Os atores já trazem em si algo técnico-estético que muitas vezes nao se concretizam em bons seres humanos. Já pessoas abertas e de boa formação humana estão mais abertas a receber e a sintetizar corporalmente o suado e sofrido trabalho do ator.


O talento é algo que deve ser lapidado, trabalhado e desenvolvido, a falta de talento poderá ser substituído pela vontade de se trabalhar enquanto artista, já que todos poderão de uma forma ou de outra ser ator na vida e no palco. Mas dá para ensinar a ser boas pessoas na sua essência?

Pensem nisso!

Otávio Delaneza

Um misto de sentimentos.

Esta é a segunda edição do Diário de Bordo do Fábrica das Artes. Sejam todos muito bem vindos. Preciso hoje relatar como foram as primeiras aulas de teatro, meus primeiros encontros com a arte em cima dos palcos. Já vamos completar UM MÊS. Nada melhor do que comemorar compartilhando os sentimentos.

Eu, Fábio Gianfratti, fui buscar o teatro porque amo a arte, não sei se é lenda da minha tia (que é professora de artes e do mesmo signo que eu) mas ela sempre me disse que os taurinos são muito ligados a todo tipo de arte mesmo. E também para me soltar mais, sempre me considerei tímido, hoje vejo que tá mais pra ancioso do que tímido. Mas enfim o primeiro dia foi deliciosamente trágico, contraditoriamente perfeito. Sei que parece maluquice minha, e talvés realmente seja, mas foi o que senti. Um misto de sentimentos que se contradiziam o tempo todo. Tudo estava multiplicado por mil. Um sorriso era o mais lindo de todos os tempos, enquanto uma palavra a mais afiada que poderemos ouvir ou proferir pelo resto dos dias. Mas me propus a este desafio e num resumo da obra eu estava contente demais de tudo o que estava vivenciando.

Eramos cinco, e não mais que de repente, a multiplicação se fez, agora no segundo encontro éramos nove.

A segunda vez foi ainda melhor, não isso não é a trilogia do filme American Pie, é simplesmente o que senti. Ainda com um misto de sentimentos consegui me desvinciliar de alguns medos, e começar a ser o Fábio que está se compreendendo como ator (pretencioso o menino né?). Começamos a entender a teoria, neste dia os elementos do teatro foram citados e descobrimos que o corpo do ator é representado pela simbologia do cavalo. O mais interessante do dia foi a atividade que tinhamos que reconhecer o local onde estavamos, como se o mundo tivesse acabado e só sobrado cada um de nós, lídar com os sentidos é conhecer e explorar um pouco de nós mesmos, foi muito bom.

O corpo, os planos e os tempos. O terceiro encontro, novos parceiros de cena e de vida. Novos aprendizados, e cada vez um Fábio mais solto e menos preso aos medos, porém sempre contraditório e pulsando sentimentos. Neste dia pareciamos viver em preto e branco (sabe sem cor, sem graça, tudo meio "xoxo"), parece que o teatro é um bichinho que pica no individual e afeta o coletivo, hoje (aquele dia) estavamos dispersos e terminamos envolvidos. Aos poucos fomos nos soltando e envolvendo com a arte.

Neste dia o espetáculo teve duas apresentações, pois de noite fui assistir a peça: "O Príncipe", que aliás eu adorei, uma discussão entre o valente e corajoso Homem que de nada tinha medo (só de assombração) e o Principe Luck, aquele príncipe sabe? Lucífer, o coisa, o diabo. Uma comédia crítica muito legal. E para um aprendiz da arte foi fundamental, começo a ver a teoria virando prática sob os olhos atentos de um aprendiz e os sentimentos alardiantes de um amante do teatro.

Quarto encontro, novos companheiros, novos aprendizados e como não poderia deixar de ser UM MISTO DE SENTIMENTOS. Caramba tá até ficando chato, mas eu realmente sou uma avalanche de pensamentos e sentimentos, coisa de doido, mas afinal de médico e doido todo mundo tem um pouco. É bom ver que estamos conhecendo e nos aproximando de pessoas legais. Seres com o mesmo intuito e vertentes totalmente diferentes. Ler é fundamental, principalmente para o ator, começamos o dia lendo, depois suando. Claro, é evidente que todo bom trabalho é feito de 10% de inspiração e 90% de transpiração. E esses 90% me deixam muito realizado, é fato que volto com dores no corpo, roupa suja/suada, joelho ralado.... Mas são feitas com tanta vontade que me dá muito prazer. Como diria um tal produto de limpeza de roupas: "se sujar faz bem". E como faz.

Mais uma dose dupla de teatro, fui fazer a oficina de expressão corporal com um grupo de teatro de São Paulo (peço que me perdoem mas não consigo lembrar o nome deles nem por decreto). Foi muito interessantes! E aquele misto sabe?!?!?!

UM MÊS! Quatro encontros e muita vontade....
Deixa acontecer, e a vida me levar....
Tô adorando essa caminhada que seja longa e eterna enquanto dure.

Até mais!

domingo, 22 de março de 2009

Diário de um aprendiz...

Esta é a primeira edição do Diário de Bordo, escrito por Fábio Gianfratti, mas deixo claro que não será precisamente só meu, quero fazer deste diário de bordo um espaço para comentários, sentimentos e divulgação da arte de forma geral.

Estou escrevendo quase que diretamente do mundo da lua, mas não faço parte do programa da TV cultura, adorava assistir, mas não sou o Lucas Silva e Silva. E de fato aqui, no blog, TUDO PODE ACONTECER.

Calma calma não criemos o pânico, este blog é uma idéia de um cara que começou a fazer aulas de teatro há três semanas (em uma escola chamada Fábrica das Artes na cidade de Americana) e começou a escrever sobre o que sentia das aulas e então como já é um blogueiro fanático resolveu transpor essas escrituras para o espaço virtual e pronto um pouco de maluquices misturadas com vontade e admiração a arte, mistura tudo e aqui estou eu!

Sejam bem vindos, me ajudem a escrever/sentir a arte do teatro e a arte de forma geral.